Quarta-feira, 16 de Fevereiro de 2005
Ah quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!
Que angústia desesperada!
Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada -
Deixai-os, que é tudo assim.
Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu
Onde for que a alma emprego -
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.
Fernando Pessoa, 3-9-1924.
Bolas, Ãa-me já embora da Net e falhava o teu blog, não pode ser, ainda por cima um poema tão lindo do F. Pessoa. Este cantinho não pode falhar. Beijócas, só faltou mesmo uma foto do poeta em causa. Fui e da Net por hoje. Até amanhã, dorme bem e sonhos azuis, não é o que convem???
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